sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Instantes de Ficção


"Eu decidi perdoar-te...Levantei-me e fui em bicos de pés às escondidas de toda a gente, cheirar o teu perfume, que guardo religiosamente escondido no armário que ninguém conhece.
Inspirei-te...
Respirei-te...
E ao sabor das ondas na minha face senti...vou perdoar-te...estou a perdoar-te...
A voz dentro de mim que me grita para te odiar está cada vez mais fraca.
Fechei os olhos para tornar o som mais claro e por momentos o silêncio invadiu-me. Não te odeio mais?
Ou talvez quase nada...apenas uma restia insuficiente para me manter assim!
O ódio, tal como o amor, alimenta-se com as menores coisas, tudo lhe cai bem. Assim como a pessoa amada não pode fazer nenhum mal, a pessoa odiada não pode fazer nenhum bem...
Mas ontem...enquanto o Sol caía e me lembrava de ti senti-me derreter na tristeza dos teus olhos.
Não encontrei neles vida nem felicidade. Sei que é apenas uma fotografia...mas recordo cada expressão luminosa que deles emanavas. Como um campeão que acabou de conquistar mais uma etapa...e agora...o vazio! Quase dor...
E ninguém vê...Ninguém te vê...
Perdoar não será doar o amor?
Permitir que a pessoa objecto do perdão possa também devolver um amor que, até então, só negara ...
Então se te perdoar...amo-te?
Se eu te perdoar...amas-me?
Se te sinto aqui, se te sinto em mim e se quem ama nunca sabe que ama...e ás vezes nem sabe o que é o amor...
O amor não se conjuga no passado, sabias?
Tu amas-me...e eu sei...e por isso...
Perdoo-te..."
por Susana Dias Ramos

3 comentários:

  1. Perdoa...mas nao ames. Ama...mas nao te dês...Dá-te mas não por inteiro. E Existe outra forma de te dares?????????

    Beijos meus
    Susana Santos

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  2. Muito bom:
    http://star-feelings.blogspot.com/2011/09/ti.html

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  3. Muito bonito Susana, gosto de ler as tuas "Neuras".. Parabéns..

    Sofia Costa

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