sexta-feira, 28 de junho de 2013

EU CONFESSO #10


Foi o amor que demais te dei que não foi suficiente?
Foram as lágrimas lançadas ao vento que te fizeram lançar-me num furacão?
Foram os beijos sentidos que deixaram tudo por dizer?
Hoje é o dia que não suporto mais, o dia em que desisto. O dia em que viro as costas à minha vida e com isso largo a tua.
A minha alma em pedaços não tem mais salvação. O puzzle que dela fizeste tem peças perdidas por diversos cantos deste país...na terra que do teu lado cheirei e pisei...
Eu podia erguer a cabeça e mostrar-te o meu melhor sorriso, dizer-te que tudo me é indiferente e que a vida segue igual sem ti. Não me apetece mentir...
Foram as mentiras, as meias verdades, as declarações por existir que te levaram de mim...
Como fazer o teu coração amar-me? Como colar-te ao meu peito e fazer-te lá viver?
Hoje é o dia que te solto, que te liberto. Que paro de vasculhar os teus momentos em busca constante de uma dor que não precisa de motivo para ser sentida.

Não acredito no amor construído, senão tu terias-me amado, pois sei o quanto tentaste que isso acontecesse. Por isso termina aqui a alucinante viagem da entrega de uma coração às mãos de quem o pode deixar cair. Não, isso não me faz sofrer, faz-me segura. Imaginar que daqui a alguns anos não existirão noites mal dormidas, almofadas molhadas, copos espalhados na cozinha nem pastilhas na mesa de cabeceira.
Não é por covardia que desisto, é por me saber sem capacidade para continuar a sofrer. 
No espaço vazio onde em tempos habitou a minha alegria não resta mais nada. Tenho outros voos para cuidar. Outros alguens a quem me dar. Pessoas que me ladeiam e que sentem a minha falta...
O meu sorriso foi contigo. Aqui ficou apenas uma linha marcada no lábios que mostram dentes. Não é justo.
Não é justo para mim, mas também não é justo para ti que sofras por não amares quem te ama. Que assistas a fotos montadas de ilusões e à falsidade que algo irreal.
Estás livre. As minhas mãos estão abertas e não te prendem mais.
O meu corpo marcado pelo teu está agora a leilão sem dor. No meu ventre existe apenas carne, as borboletas voaram até ti.
Pensei que eras tu quem me procurava ontem...anteontem, a semana passada...
Nunca foste, nunca serás...
Adeus meu tudo...que assim...dia a dia se tranformará em nada...
 

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