terça-feira, 7 de maio de 2013

E assim vai o Mundo...


Porque há coisas que me revolvem as entranhas resolvi partilhar algo que já há algum tempo tinha lido e hoje uma colega me relembrou.
A carta que se segue foi escrita por uma mulher/mãe dirigida a outra mulher/mãe...


Carta enviada de uma mãe para outra mãe no Porto, após um telejornal da RTP 1
De mãe para mãe ... 
Cara Senhora, vi o seu enérgico protesto diante das câmaras de televisão contra a transferência do seu filho, presidiário, das dependências da prisão de Custóias para outra dependência prisional em Lisboa.
Vi-a a queixar-se da distância que agora a separa do seu filho, das dificuldades e das despesas que vai passar a ter para o visitar, bem como de outros inconvenientes decorrentes dessa mesma transferência.
Vi também toda a cobertura que os jornalistas e repórteres deram a este facto, assim como vi que não só você, mas também outras mães na mesma situação, contam com o apoio de Comissões, Órgãos e Entidades de Defesa de Direitos Humanos, etc ...
Eu também sou mãe e posso compreender o seu protesto. Quero com ele fazer coro, porque, como verá, também é enorme a distância que me separa do meu filho. A trabalhar e a ganhar pouco, tenho as mesmas dificuldades e despesas para o visitar. Com muito sacrifício, só o posso fazer aos domingos porque trabalho (inclusivé aos sábados) para auxiliar no sustento e educação do resto da família.
Se você ainda não percebeu, sou a mãe daquele jovem que o seu filho matou cruelmente num assalto a uma bomba de combustível, onde ele, meu filho, trabalhava durante a noite para pagar os estudos e ajudar a família.
No próximo domingo, enquando você estiver a abraçar e beijar o seu filho, eu estarei a visitar o meu e a depositar algumas flores na sua humilde campa, num cemitério dos arredores ...
Ah!
Já me esquecia:
Pode ficar tranquila, que o Estado se encarregará de tirar parte do meu magro salário para custear o sustento do seu filho e, de novo, o colchão que ele queimou, pela segunda vez, na cadeia onde se encontrava a cumprir pena, por ser um criminoso.
No cemitério, ou na minha casa, NUNCA apareceu nenhum representante dessas "Entidades" que tanto a confortam, para me dar uma só palavra de conforto ou indicar-me quais "os meus direitos".
Para terminar, ainda como mãe, peço por favor:
Façam circular este manifesto ! Talvez se consiga acabar com esta (falta de vergonha) inversão de valores que assola Portugal e não só ...


As mães..cada uma sofre pelo seu filho e obviamente que não podemos falar sobre um sentimento desconhecido mas e este Estado de treta???
Deus me dê paciência..


1 comentário:

  1. Cristina Vieira Silva9 de maio de 2013 às 10:41

    Vou partilhar não porque condene a mãe de quem matou, porque provavelmente tentou dar a melhor educação possivel ao seu filho, mas porque o nosso Estado protege quem não deve e desampara quem realmente deve.

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