quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Vamos jantar à cadeia?



As mesas estavam a postos, a cozinha preparada e os empregados vestidos a rigor. Faltava muito pouco para as portas se abrirem quando um dos chefs anunciou que se ia embora! Em qualquer outro restaurante seria o fim do Mundo, mas no Clink foi motivo de festa. É que apesar do menu requintado, da decoração moderna, do serviço cinco estrelas e dos preços acessíveis , este não é um restaurante qualquer: fica dentro da prisão de High Down, no Reino Unido, e a maioria dos funcionários (cozinheiros incluídos) são reclusos.
Espaço de reabilitação para os prisioneiros, que lá têm workshops de cozinha que os preparam para uma futura carreira no mundo do catering, The Clink (a cadeia, em tradução directa) abriu há dois anos e já tem uma clientela maioritariamente composta por pessoas exteriores à cadeia. Muitos fazem parte do sistema judicial (advogados, juízes e magistrados!!!!), mas também há familiares dos presos, curiosos, críticos de cozinha e empregadores da industria da restauração à procura de potenciais novos funcionários.
Os visitantes devem marcar mesa, passar os portões da prisão, ser revistados dos pés à cabeça, levar identificação e deixar o telemóvel à porta (bem como tesouras, facas, aerossóis, pastilhas elásticas...). Mas de acordo com o conceituado crítico de restaurantes britânico, vale bem os sacrifícios: os pratos refinados e preparados com ervas e vegetais colhidos todas as manhãs nas estufas da prisão, carne de fornecedores locais e peixe fresco que chega diariamente de barco, estão à altura dos melhores restaurantes de Londres-e a preços muito competitivos. Entre as especialidades a 10 euros estão ravioli de caranguejo com trufas e molho de lagosta; bochechas de porco com pancetta, ervas frescas com molho de maça e lima; e salsicha cotechino com lentilhas e terrina de presunto - uma receita que um dos reclusos herdou da mãe.


The Clink (com 9 cozinheiros, 10 empregados de mesa condenados que vão rodando e 2 ex-reclusos em permanência, um deles o maître d'arrives) surgiu em 2007, quando o chef Alberto Cristi decidiu que o "almoço gourmet" (um programa mensal em que os prisioneiros treinados pelo cozinheiro de origem italiana serviam uma melhor refeição aos colegas) merecia ser desenvolvido.
Hoje, o restaurante (que forma cozinheiros e empregados de mesa) funciona também como uma instituição de caridade e tem capacidade para servir 85 refeições. As mesas e cadeiras foram desenhadas e construídas noutra cadeia: a de Frankland. Poemas de prisioneiros estão espalhados pelas janelas de vidro do restaurante.





Pois...mas como já sei do que a casa gasta e não vir por aí um testamento de coisas de que isso é só lá fora e blá blá...o Estabelecimento Prisional de Lisboa tem pratos de dieta e menus vegetarianos.
Exemplo? Cá vai:
Pequeno almoço: pão, manteiga, doce, leite e café
Almoço: além de sopa, há opções para todos os gostos...normal (sempre carne), dieta e vegetariana.
Jantar: Filetes dourados, alhada de cação, bolonhesa de soja ou abrótea corada são algumas especialidades.
Sobremesa: há sempre fruta, mas duas vezes por semana os prisioneiros têm direito a um doce que pode ser gelado, leite creme ou arroz-doce.

4 comentários:

  1. Ainda dizem que não há boas ideias!
    Claro que há. Pena que neste nosso país não possam ser postas em prática! Uma treta.

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  2. Muito interessante. O Homem quando quer até faz coisas fantásticas não é ?!!!

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  3. ola, convido-te para visitares o meu cantinho,

    http://am-vidaminha.blogspot.com/

    bj

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  4. Que ideia engraçada... parece-me uma boa forma de fazer com que as pessoas mudem.

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